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Você sabe como uma discriminação se disfarça no Brasil?

Nesta reportagem, saiba como identificar, se defender e denunciar

29/02/2020 às 16h02 Atualizada em 01/03/2020 às 09h39
Por: Fonte: Com Contribuição: Yuri Aquinno
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Reprodução
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Já pensou em ser alvo de ofensas, piadas ou até ser agredido apenas por existir? A população LGBT não só imagina, receia, como todos os dias vivencia isso na pele. São todos os tipos de agressão: verbal, discriminação e a pior de todas a física.

Mas como a violência se instaurou dessa forma? O despreparo policial? A falta de uma lei? São perguntas que frequentemente nos fazemos todos os dias, mas a grande verdade é que vivemos um conservadorismo, muito embora nosso país se diga pluralista com liberdade de várias ideias, isso na teoria, na prática? É diferente.

Some além dos problemas citados os casos ainda não resolvidos, ou notificados e ainda uma boa parte da sociedade crente que homofobia, lesbofobia, bifobia e transfobia, entre outros não existem e, consequentemente, não precisam ser combatidas.

De acordo com estudos feitos pela ONG Alemã Transgender Europe (TGEU), revela que o Brasil é um dos países que mais mata LGBT´s no mundo com um saldo total entre os anos de 2018 e 2019 de 420 vítimas fatais, seguido do México com 260 neste mesmo período.

Dados da ONG Grupo Gay afirmam que, nos últimos quatro anos, o número de assassinatos chegou a 1.560. Já as denúncias de violência reportadas ao poder público federal por meio do Disque 100 somaram 8.099.

A violência, o abandono e falta de apoio estão presentes dentro e fora das ruas.

Esse conjunto também anda muito presente em todos os âmbitos da sociedade e pode surgir de quem menos se espera. Pais, mães e irmãos são citados em grande parte dos relatos como os primeiros agressores. A opressão sofrida por uma pessoa hoje com 24 anos, que não quis se identificar, deixou marcas e traumas que traz desde sua infância.

"Na época eu tinha 15 anos. Minha mãe e meu pai bateram com o chinelo na minha cara, disseram que eu só podia me assumir se não estivesse debaixo do teto deles. É uma grande mala que é pesada demais para carregar quando não se tem apoio."

O medo em muitos momentos acaba se convertendo em um sentimento de culpa, é o caso deste leitor que também preferiu ocultar sua identidade.

“Quando percebi que havia algo de diferente em mim, eu tinha em mente que era uma doença e que meus pais deveriam ter percebido mais antes para conseguirem ‘me curar’. Quando atingi a idade dos 18 anos, cheguei a jogar para fora tudo, porque estava pesado dentro de mim: 'agora é tarde demais, não dá para voltar no tempo, só agora consegui com receio'. O meu receio e acredito que seja o de muitas pessoas é não ser uma decepção dentro da família”. Conclui.

Mato Grosso do Sul

O Estado no ano de 2013 chegou a ser definido pela revista exame em um levantamento feito, como sendo um dos mais perigosos do Brasil, ficando na 12° posição do ranking da federação. A taxa naquele período era de 1,93 morte por habitante.

No mapeamento elaborado juntamente com o Google Maps, pode ser visto que nos anos de 2015 e 2016, a Capital Sul-Mato-Grossense, registrou 3 casos de homofobia, 1 em Dourados no ano de 1998 e 1 em Três Lagoas no período de 2015, no total foram 5 casos relatados. É possível ainda ver o relato em cada um dos alfinetes.

"No momento do intervalo na escola todos saímos para conversar, estava eu e mais um amigo que também é gay e um outro grupo ficou fazendo chacota da nossa atitude, falando da forma que andamos etc."

Delegacias

Em alguns casos, parte da população LGBT tem medo de contar com a própria polícia ou não acredita que ela possa atuar em defesa diante de uma manifestação de ódio. O despreparo por vezes das delegacias brasileiras, pode ser também um outro fator; não registrar os casos facilitando assim, o processo de análise individual e o fornecimento dessas informações ao governo na busca de tentar elaborar ou melhorar as políticas públicas que atuem em defesa dessa e outras comunidades.

Falta de dados e Infograma

A alternativa encontrada para contornar a falta de dados e relatórios, foi solicitar um relatório para o disk 100 em modo de infograma que você pode conferir aqui 

Criminalização

Em 13 de junho de 2019, o STF decidiu em plenário que os crimes de racismo fossem incorporados aos casos de agressões contra o público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis) à Lei 7.716/1989, que trata dos crimes de racismo, através da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 26/DF, e do Mandado de Injunção (MI) 4733, de relatoria dos ministros Celso de Mello e Edson Fachin, respectivamente.

Diante todo esse problema uma coisa é certa: O Brasil sofre de violência endêmica, originada de uma cultura conservadora que provoca uma determinada inversão de valores.

 

 

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