A multinacional chilena Arauco vai destinar R$ 1,1 milhão ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) como compensação pelos impactos ambientais causados pela construção de um alojamento na área rural de Inocência (MS). O alojamento abrigará 1,5 mil trabalhadores envolvidos em um projeto de investimento de R$ 242 milhões. Essa ação faz parte das medidas adotadas pela empresa para minimizar os efeitos ambientais de suas operações na região.

As obras da nova fábrica já começaram, com equipes realizando a terraplanagem em uma área avaliada em R$ 400 milhões. O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, ressaltou a importância do setor de celulose para a economia local durante participação no programa Roda Viva. Segundo ele, a Arauco lançará a pedra fundamental da unidade no dia 9 de abril, com um investimento total estimado em R$ 22 bilhões.

Riedel destacou ainda que a nova planta será maior do que a unidade inaugurada pela Suzano em Ribas do Rio Pardo (MS) no ano passado. Além disso, ele mencionou um novo investimento da Bracell no estado, embora a localização da fábrica ainda não tenha sido confirmada. Água Clara (MS) era uma das opções cogitadas, mas Bataguassu também está na disputa.

Compensação ambiental e desenvolvimento local

O termo de compromisso firmado entre a Arauco e o Imasul prevê que a compensação ambiental seja destinada a programas e ações de gestão ambiental. No entanto, a empresa ainda não detalhou um plano específico para a cidade de Inocência (MS). Em dezembro de 2024, a Arauco afirmou que está dialogando com o governo estadual e a prefeitura para definir as áreas de atuação, que podem incluir saúde, educação e infraestrutura.

Para apoiar o empreendimento, o Governo do Estado iniciou obras na rodovia MS-377, que passa próximo à fábrica, localizada a cerca de 50 quilômetros de Inocência. Além disso, um aeródromo está em construção perto do trevo de acesso à cidade, ampliando a infraestrutura da região.

Durante o processo de terraplanagem, aproximadamente 1.800 pessoas foram empregadas. No auge da construção, o número de trabalhadores deve chegar a 14 mil, ao longo de um período de até oito meses. Considerando o impacto na população local, que é de cerca de 8 mil habitantes, a prefeitura de Inocência solicitou que o alojamento dos operários fosse instalado fora do perímetro urbano para evitar sobrecarga na infraestrutura da cidade.

A região já é um polo de grandes investimentos, incluindo o entreposto da Suzano para armazenamento e embarque de celulose destinada ao porto de Santos (SP) via Ferronorte, consolidando-se como um eixo estratégico para a indústria de celulose no Brasil.